escola de annales
por Jossefrânia Vieira Martins
Sobre a autora[1] Este texto busca refletir acerca das transformações teórico-metodológicas pelas quais o conhecimento histórico passou com o desenvolvimento e a atuação da Escola dos Annales concebida e liderada primeiramente por Marc Bloch e Lucien Febvre nas primeiras décadas do século XX. Para tanto, mergulhamos na historicidade dos Annales atentando para as várias posturas que modelaram a primeira e a segunda geração. Aproximando a história às ciências sociais, a “história nova” edificou um novo olhar sobre o conhecimento e sobre o ofício do historiador.
Desde o encontro entre Marc Bloch e Lucien Febvre a historiografia nunca mais foi a mesma (BURKE, 1997), no entanto, as variações de opinião acerca de como e o que mudou com o advento da Escola dos Annales são muitas. O “montante” de paradigmas, afirmações e direções permearam as três gerações desse movimento. Na verdade a grande contribuição historiográfica dos Annales em sua primeira geração foi a possibilidade de um diálogo entre a história e as ciências sociais, rompendo uma barreira invisível e ao mesmo tempo sólida, legitimada por uma história tradicional, factual, excessivamente preocupada com os acontecimentos advinda do século XIX. (REIS: 2004).
A “história nova” empreendida por Febvre e Bloch com a Escola dos Annales, começa a tecer suas redes de conhecimento em contraposição a história tradicional “enraizada” nos grandes homens e fatos, e que dessa forma, marginalizava muitos aspectos das experiências humanas, entretanto para a “história nova”, toda vivência humana é portadora de uma história. Partindo desta idéia que os Annales construíram o sentido de “História total”. A primeira geração dos Annales foi o ponto de partida para as novas abordagens da história. Bloch em Les Reis Thaumaturges (Os Reis de Taumaturgos) amplia o campo historiográfico sobre o estudo do mundo rural, fazendo