Escatologia
Sem a afirmação da ressurreição de Cristo, a fé cristã torna-se vã. Mas por haver uma intima conexão entre o fato da ressurreição, Cristo ressuscitado constitui também o fundamento da nossa esperança, a qual se abre para além dos limites da vida terrena. Pois se só temos esperança em Cristo para esta vida somos os mais miseráveis de todos os homens (1Cor 15, 19). Sem tal esperança seria impossível realizar uma vida cristã.
Com efeito o mundo de hoje está fortemente afetado pelo secularismo o qual consiste numa visão autonomista do homem e do mundo, que prescinde da dimensão do mistério, a negligencia e mesmo a nega. Por isso não é estranho que também entre alguns cristãos surjam perplexidades acerca da esperança escatológica. Olham frequentemente com ansiedade para a morte futura; atormenta-os não só a dor e a dissolução progressiva do seu corpo, mas também e ainda mais, o temor de que tudo acabe para sempre. Em todo tempo da história os cristãos estiveram expostos a tentação da duvida. Mas nos nossos dias as ansiedades de muitos parecem indicar uma debilidade da esperança.
Não faltam algumas interpretações novas dos dogmas que os fiéis entendem como se nelas fossem postas em duvida a própria divindade de Jesus Cristo ou a sua realidade da ressurreição. Os fieis não encontram nelas qualquer apoio para a fé, mas pelo contrario, uma ocasião para duvidar de muitas outras verdades da fé. Ao fenômeno do secularismo está diretamente associada a convicção amplamente difundida de que o homem como as demais coisas no espaço e no tempo, é totalmente material e com a morte há de desfazer-se completamente. Além disso, a cultura atual que se desenvolve nesse contexto histórico, procura por todos os meios deixar no esquecimento a morte e as interrogações que a ela estão inevitavelmente ligadas. A esperança cristão vê-se abalada pelo pessimismo acerca da própria bondade da natureza humana, o qual nasce do aumento e angustias e aflições.
Muitos homens duvidam se a