Eros como objeto para alcançar o conhecimento
Eros como objeto para alcançar o conhecimento
O principal objeto de desejo do Eros segundo o mito narrado pelos gregos é a beleza e para cada forma de sua atração existe um tipo de amante. Amantes dos corpos, amantes da glória e amantes do saber; todos atraídos, assim como o Eros, por alguma forma de beleza. O amante do saber, como todos os outros, é atraído pela beleza dos corpos, mas tem sempre um desejo que vai um pouco além dos outros, ele ambiciona a essência da beleza e almeja conhecer completamente o que ama e deseja.
Quando se ama, surge a vontade de conhecer completamente e compreender o ente amado, uma necessidade por parte do amante de sentir-se mais próximo e ao mesmo tempo um modo a mais para poder possui-lo completamente, de fazer que esse faça completamente parte de si. Assim sendo, essa relação e interação, entre o objeto amado e o amante, dará origem a algo novo. O Eros usado pelo filósofo é exatamente esse; o desejo de compreender a beleza e o seu amor por ela. Uma vez que além do desejo de possuir, ele tem também a vontade de compreender o porquê ama, como ama e o que ama em um determinado ente.
De maneira que ao distanciar-se gradativamente do ente responsável pela origem do desejo, o filósofo procura alcançar um significado cada vez mais amplo do conceito de beleza até alcançar a própria essência.
Pois como o Eros, o filósofo também deseja possuir a beleza, porém a diferença, em comparação com os outros amantes, ele está em busca não dos simples reflexos da beleza presentes em entes belos, mas sim está à procura da essência da beleza; a mesma essência capaz de conduzi-lo ao conhecimento e elevá-lo ao mundo das ideias. Somente assim ele alcança a plena felicidade, como o Eros que encontra a felicidade ao conseguir a desejada beleza, o filósofo encontra a felicidade ao atingir o conhecimento que se encontra por trás da essência da beleza.
Platão com O banquete é um dos primeiros filósofos a tratar o Eros como