ERIN BROCKOVICH
Dá um belo roteiro de filme, não? É a história real de Erin Brockovich, vivida nas telas por Julia Roberts, que a caracteriza como um ser esfuziante, espalhafatoso e de pavio curto, movida por uma causa que resolve levar às últimas consequências. Erin, que chegou a ganhar alguns concursos de Miss e é ela mesma uma bela mulher, não teve uma educação formal – os casamentos e os filhos a tinham levado, até então, a uma luta constante pela sobrevivência.
Ao deparar em uma pasta com uma conta médica paga por uma empresa que fornecia água para a cidade de Hinckley, no sul da Califórnia, ela intuitivamente levantou uma lebre. E foi apoiada por seu patrão, Ed Masry, interpretado por Albert Finney - um daqueles atores ingleses que, depois de viver Shakespeare durante anos nos palcos, tira de letra o papel de um advogado de cotidiano relativamente calmo que, subitamente, se vê enfrentando uma empresa de U$ 28 bilhões.
A primeira pessoa a ser investigada por Erin, e que se tornaria sua amiga, é Donna Jensen, vitima de câncer na mama e no ovário – interpretada por um rosto popular, o de Marg Helgenberg, a Catherine Willows do seriado CSI (outras duas atrizes que reconheceremos de saída são Concheta Ferrell, aqui Brenda, ou Berta, a hilária empregada de Two and a Half Men; e Veanne Cox, figurinha carimbada em Law & Order e Sex & the City, vivendo, no filme, uma advogada empertigada). Donna é o fio da meada, e dela se desenrola uma sequência de desastres e de assombrosa irresponsabilidade que havia se iniciado na década de 1960 e fora encoberta pela Pacific Gas & Electric