Erik Olin Wright
Texto:
No campo marxista, Erik Wright buscou, nos nexos entre classe, ativos, exploração e dominação, uma interpretação aprofundada do processo por meio do qual as desigualdades de recompensas e de capacidades dos atores são geradas por desigualdades de direitos e poderes sobre os recursos produtivos fundamentais.
Erik Wright propôs uma abordagem analítica integrada que articula as contribuições oferecidas pela tradição marxista, weberiana e de estratificação social. Parte-se da ideia de que esses três diferentes modos de analisar a classe focalizam distintos processos causais em funcionamento que moldam a desigualdade nas sociedades capitalistas. A abordagem marxista identifica como os processos relacionais de exploração e dominação estruturam as condições e as atividades económicas dentro, particularmente, da divisão de classe fundamental entre capitalistas e trabalhadores. A abordagem weberiana elucida o papel central dos mecanismos de reserva de oportunidades entre as posições sociais. A abordagem de estratificação focaliza os atributos e a condições que levam os indivíduos a serem distribuídos entre as diferentes posições sociais.
Na tradição marxista, o conceito de classe apresenta certas propriedades essenciais. Trata-se de um conceito relacional, pois as classes são sempre definidas no âmbito das relações sociais, em particular nas relações das classes entre si; e também são antagonísticas, já que geram intrinsecamente interesses opostos. As relações de exploração, ou seja, o vínculo causal entre o bem-estar de uma classe e a privação de outra, dão um caráter "objetivo" a esse antagonismo. A base fundamental da exploração, por sua vez, encontra-se nas relações sociais de