Dona Lola, vinda do interior, é mãe dedicada de quatro filhos (três homens e uma mulher), cada qual com personalidades bem distintas entre si, e esposa de um marido austero. Vive com dificuldade mas demonstra garra e vontade de viver apesar de todas as dificuldades que enfrenta para a união e prosperidade de sua família. Os dois filhos mais velhos são rivais, de características totalmente opostas. É onde o enredo destaca a eterna luta do bem (representado por Carlos, trabalhador, responsável e honesto) contra o mal (representado por Alfredo, irresponsável, preguiçoso além de comunista, o que em tempos como aqueles era sinônimo de marginalização social). O destino de ambos será diferente mas igualmente trágico. Os dois mais jovens (um menino e uma menina) reservam atitudes até certo ponto surpreendentes para o final da história. Típica representante da classe média baixa paulistana dos primeiros tempos do século passado, Dona Lola é a narradora-personagem deste romance que simultaneamente demonstra o cotidiano de uma família comum com alegrias e decepções (embora essas últimas sejam bem mais presentes) ao lado da própria evolução histórica da cidade de São Paulo nas primeiras décadas do séc, XX.Destaca questões familiares, na verdade sempre atuais, o que justificou as várias adaptações que teve para a teledramaturgia nos anos 70 e 80. Reforça também os traumas causados por crises, revoluções e guerras, sob a ótica de uma mãe zelosa, trabalhadora, honesta e sofredora. Entretanto sem cair em pieguice. Embala o leitor a viagens emocionantes à infância com descrições interessantes sobre os momentos das crianças na zona rural e as peraltices que praticam na cidade. Embora seja uma história triste de contornos dramáticos, prende o leitor estimulado a uma leitura