Epistemologia

Título: A Epistemologia

A necessidade de procurar explicar o mundo dando-lhe um sentido e descobrindo-lhe as leis ocultas é tão antiga como o próprio Homem, que tem recorrido para isso quer ao auxílio da magia, do mito e da religião, quer, mais recentemente, ao contributo da ciência e da tecnologia. Mas é, sobretudo, nos últimos séculos da nossa História, que se tem vindo a dar importância crescente aos domínios do conhecimento e da ciência. E se é certo que a preocupação com este tipo de questões remonta já à Grécia Antiga, é, porém, a partir do século XVII que a palavra Ciência adquire um sentido mais preciso e mais próximo daquele que hoje lhe damos. É também, sobretudo, a partir desta época que as implicações da atividade científica na nossa vida cotidiana se têm tornado tão evidentes, que não lhe podemos ficar indiferentes. O que é o conhecimento científico, como se adquire, o que temos implícito quando dizemos que conhecemos determinado assunto, em que consiste a prática científica, o que diferencia as “ciências humanas” das “ciências exatas”, que relação existe entre o conhecimento científico e o mundo real, quais as conseqüências práticas e éticas das descobertas científicas, são alguns dos problemas com que nos deparamos frequentemente. Por isso se justifica um campo de reflexão que equacione os problemas derivantes do processo de aquisição do conhecimento e da atividade científica. Esse campo é a Epistemologia, que também é chamada de Teoria do Conhecimento, além de poder ver-se igualmente envolvida na tentativa de encontrar melhores formas de adquirir crenças e de criticar as que já temos. A Epistemologia surge na Grécia, a partir dos estudos clássicos de Platão e Aristóteles, dentro de uma perspectiva chamada “Realista”. No Realismo, o objeto do conhecimento, as idéias, segundo os gregos, eram entidades concretas, acabadas, perfeitas, que existiam fora do Homem, cabendo-lhe o esforço de descobri-las, papel da Filosofia. Nesse