epistemologia

13100 palavras 53 páginas
scientiæ zudia, conseqüente: p. 221-49, 2006
Afirmando oSão Paulo, v. 4, n. 2,uma defesa do

realismo científico (?!)

Afirmando o conseqüente: uma defesa do realismo científico (?!)
Silvio Seno Chibeni

resumo

Neste artigo examina-se a afirmação de Larry Laudan de que “desde a Antigüidade os críticos do realismo epistêmico basearam seu ceticismo numa convicção profundamente enraizada de que a falácia da afirmação do conseqüente é de fato falaciosa”. Tal afirmação é confrontada com o “argumento do milagre”, formulado por Hilary Putnam, que desempenha papel central na defesa do realismo científico. Embora esse argumento apresente uma estrutura lógica semelhante à da referida falácia, procura-se mostrar que nas circunstâncias especiais em que é empregado captura uma intuição epistemológica legítima e relevante para a ciência. Avalia-se, ao longo da análise, uma série de interpretações e críticas ao argumento por parte de anti-realistas, indicando-se sob que aspectos elas são insatisfatórias, ou podem ser rebatidas.
Palavras-chave ● Realismo científico. Abdução. Argumento do milagre. Indução pessimista. Método hipotético-dedutivo. Empirismo. Larry Laudan. Hilary Putnam. Arthur Fine.

Introdução
Nenhuma pessoa com conhecimento ao menos elementar de lógica pode estar contente com a seguinte estrutura argumentativa:
A

B
B
A

Trata-se da falácia da afirmação do conseqüente, tipo de argumento logicamente não-válido, em que a verdade da conclusão não segue logicamente da verdade das premissas. Em que pese a trivialidade desse ponto, gostaria de começar lembrando que em um contexto familiar aos filósofos da ciência o argumento não costuma causar tanta repugnância: o da análise hipotético-dedutivista do conhecimento científico. scientiæ zudia, São Paulo, v. 4, n. 2, p. 221-49, 2006

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Silvio Seno Chibeni

Como se sabe, a maior parte das teorias da ciência, especialmente da ciência moderna e contemporânea, envolve de forma essencial

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