Epicondilite
A epicondilite lateral (EL) é a afecção mais comum do cotovelo(1), podendo ser desencadeada por trauma ou esforço repetitivo(2). Foi pela primeira vez descrita como doença ocupacional em 1880(1,3).
Quanto à etiologia, existem várias teorias para a afecção, incluindo: bursite, sinovite, inflamação ligamentar, periostite e lesão do tendão extensor radial curto do carpo (ERCC)(2).
Em 1979, Nirschl e Pettrone(4) identificaram histologicamente áreas primariamente acometidas pela epicondilite lateral no tendão do ERCC e, em menor grau, na face anteromedial do extensor comum dos dedos (ECD). Essas lesões seriam resultado da aplicação de tração contínua e repetida, levando à microrupturas da origem do ERCC, seguidas de fibrose e formação de tecido de granulação. Macroscopicamente, o tecido apresentava-se com aspecto friável, brilhante e edematoso. Verificaram também que o tendão não estava inflamado, mas degenerado. Por este motivo introduziram o termo hiperplasia angiofibroblástica para descrever o aspecto microscópico da lesão, que é aceito até hoje, assim como sua teoria etiológica(2-4).
A EL acomete mais comumente indivíduos entre 35 e 60 anos, ocorre geralmente no sexo masculino e no membro dominante, sendo mais frequente em brancos(1).
Ao exame físico, o paciente refere dor localizada à palpação na origem dos extensores, muitas vezes determinando com precisão. O ponto máximo de dor pode localizar-se na região anterior e distal ao epicôndilo lateral do úmero(5).
Não é necessária a confirmação diagnóstica por imagem. Se solicitado um exame de ressonância nuclear magnética pode-se observar uma alteração de sinal na origem do tendão ERCC(1). Em 25% dos pacientes podem aparecer calcificações em tecidos adjacentes ao epicôndilo, principalmente se houver infiltrações prévias de esteroides no local(6).
A maioria dos pacientes responde ao tratamento conservador. Apenas 5 a 10% evoluem com cronificação dos sintomas(1,7).
Na persistência dos sintomas, pode