ANDRE
Ao contrário da cantiga de escárnio, a cantiga de maldizer traz uma sátira direta e sem duplos sentidos. É comum a agressão verbal à pessoa satirizada, e muitas vezes, são utilizados até palavras de baixo calão (palavrões). O nome da pessoa satirizada pode ou não ser revelado.
Exemplo de cantigas João Garcia de Guilhade
Este texto é enquadrado como cantiga de escárnio já que a sátira é indireta e não cita-se o nome da pessoa especifica. Mas, se o nome fosse citado ela seria uma Cantiga de Maldizer, pois contém todas as características diretas como sátira da "Dona". Existe a suposição que Joan Garcia escreveu a cantiga anterior uma senhora que reclamava por ele não ter escrito nada em homenagem a ela. Joan Garcia de tanto ouvi-la dizer, teria produzido a cantiga.
Crítica direta; geralmente a pessoa satirizada é identificada
Linguagem agressiva, direta, por vezes obscena
Zombaria
Linguagem Culta
- Gênero Satírico
Cantiga de Escárnio
Cantiga de Maldizer
As poesias satíricas mostravam duas vertentes: as Cantigas de Maldizer e as de Escárnio. As primeiras, de Maldizer, eram compostas por várias sátiras diretas e sem mensagem nas entrelinhas. O linguajar pesado e agressivo são características marcantes nessas poesias, inclusive com o uso de palavrões e palavras de baixo calão.
Ao contrário das de Maldizer, as de Escárnio são repletas de linguagens indiretas, muitos trocadilhos, palavras com duplo sentido e o objeto das críticas não era identificado. A sutileza e a ironia marcam muito bem esse tipo de poesia.
As cantigas satíricas apresentam interesse sobretudo histórico. São verdadeiros documentos da vida social, principalmente da corte. Fazem ecoar as reações públicas a certos fatos políticos: revelam detalhes da vida íntima da aristocracia, dos trovados e dos jograis, trazendo até nós os mexericos e os vícios ocultos da fidalguia medieval portuguesa. Enquanto as cantidas de escárnio utilizam a ironia e o equívoco