Entrevista Memorial do Convento
Entrevistador: Bom dia caros ouvintes, no programa “Fala-me de Ti” de hoje da Antena 2, temos como convidados especiais a Dona Blimunda e o Senhor Baltazar da obra do génio imortal José Saramago, intitulada Memorial do Convento. Bom dia aos dois e obrigado por terem aceite o nosso convite de estarem aqui presentes.
Baltazar: É para nós uma honra vir a este programa e foi de bom agrado que aceitamos o convite!
Entrevistador: Dadas as boas vindas aos convidados, vamos dar início à entrevista de hoje. Dona Blimunda sendo personagem principal desta obra, assim como Baltazar, como descreve Lisboa do seu tempo, ou seja século XVIII?
Blimunda: Antes de mais muito bom dia a todos os ouvintes. Respondendo à sua pergunta, Lisboa não tem nada a ver com aquilo que é nos dias de hoje. Era uma Lisboa sem modos, uma cidade imunda, alcatifada de excrementos, de lixo, de cães e gatos vadios. Era uma cidade muralhada e dominada pelas igrejas.
Entrevistador: Baltazar, qual a importância de Mafra nesta obra?
Baltazar: Mafra era uma cidade com muito espaço e dominada pela ordem franciscana. Por isso, foi mandado construir o convento no local mais importante da vila, denominado de Alto da Vela, por influência desta ordem. Para a construção deste convento foi necessário o esforço de milhares de homens, que se submeteram a fracas condições de trabalho que por vezes resultaram em mortes.
Entrevistador: Blimunda, como é caracterizada por José Saramago na obra e porque é que é chamada de Blimunda Sete-Luas?
Blimunda: Pois bem, sou caracterizada por ser uma mulher do povo, representando a força que lhes permite a sua sobrevivência, sendo também um símbolo da contestação do poder e da resistência. Sou ainda detentora de uma grande densidade psicológica e de uma perseverança sem limites. Sete-luas é o nome com que o padre Bartolomeu me baptizou, e funciona como uma espécie de reverso do de Baltazar.
Entrevistador: Baltazar, faço-lhe a mesma