ENTREVISTA COM NASSER
O professor de Relações Internacionais da PUC-SP fala sobre a narrativa do terrorismo que começa a ser criada no Brasil, e cita a criminalização dos movimentos sociais como fator preponderante na despolitização das reivindicações desses grupos
Por Renato Rovai e Igor Carvalho
Reginaldo Nasser (Foto: Revista Fórum)
Desde junho de 2013, quando as ruas brasileiras foram tomadas pelas manifestações, começou-se a falar sobre terrorismo no Brasil, país onde não há qualquer tradição de incidentes classificados como terroristas. Após o protesto do movimento “Não vai ter Copa” do último sábado (25), em São Paulo, quando um Fusca pegou fogo e o jovem Fabrício Proteus Chaves, de 22 anos, foi baleado por policiais militares, o assunto voltou à tona.
Segundo o professor de Relações Internacionais da PUC-SP Reginaldo Nasser, a criminalização dos movimentos serve apenas para despolitizar a pauta.”Existem grupos mobilizados que fazem reivindicações e têm representatividade, mas, se eles fizerem qualquer ato de violência que se encaixe como terrorista, tudo isso que eu falei não interessa mais.”
Em entrevista à Fórum, Nasser lembra a distinção feita para classificar os manifestantes franceses que incendiaram automóveis em Paris, no ano de 2005. “Ou seja, a percepção de uma sociedade que teve 4.200 carros queimados e a outra que teve um e fica nesse estado de comoção é algo de se espantar”, afirmou o professor.
Confira a entrevista:
Fórum – O que é terrorismo?
Reginaldo Nasser – Terrorismo é um ato de violência que provoca temor generalizado nas pessoas, e aparece mais como tática de ação política. Ou seja, é um meio para atingir algum fim, e , por vez, têm sido utilizado por organizações. Que não poderia ser classificadas simplesmente como terroristas,mas que , eventualmente, dentro de algumas circunstâncias, elas podem praticar terrorismo. Por exemplo, . O caso do grupo