Entre falas e silêncios da escrita, texto de amélia bevilaqua
REPRESENTAÇÕES SOCIAIS E RELAÇÕES DE GÊNERO
NA OBRA DE AMÉLIA BEVILAQUA
Miridan Rejane Soares Lima1
Pedro Pio Fontineles Filho2
Resumo: A formulação desse trabalho traz a proposta de refletir sobre as narrativas e perspectivas femininas no início do século XX, usando como fio condutor a vida e a obra de Amélia Bevilaqua que desenvolveu sua escrita em uma época onde era visivelmente presente o afloramento de conflitos acerca das visões e posturas tradicionalistas dos espaços de atuação masculina e feminina.
Este estudo também teve os intentos de analisar as consonâncias e dissonâncias da narrativa literária piauiense e discutir acerca dos espaços e mecanismos relacionados à divulgação das primeiras produções literárias femininas a respeito do cotidiano feminino que é evidenciado nas produções literárias no período de 1910 a 1940. Metodologicamente o presente artigo ancora-se em produções de escritores e literatos que contribuíram para o entendimento da contextualização das sociabilidades da época e que em comum trabalham a literatura piauiense, assim como: Mendes
(2004), Magalhães (1999), Chaves (1994), Castelo Branco (1996). Tem-se, também, o arcabouço teórico a partir das discussões de Rago (1985), de Soihet (1997), Scott (1992), no que concerne à
Gênero; e as observações de Sevcenko(1999), Queiroz(2006), Benjamin (1994), no tocante à relação história e literatura. Considera-se, portanto, que em meio ao repertório cultural e literário reinante, Bevilaqua criou mecanismos de apropriação para que sua escrita se tornasse instrumento de expressão contra os modelos herméticos das condutas femininas.
Palavras-chave: História. Literatura. Gênero.
Abstract: The formulation of this paperwork brings the purpose of thinking about the female narratives and perspectives in the beginning of the 20th century, using as conductor frame the life and work of Amélia Bevilaqua who developed her written in a period in which