Entre convulsões e revoluções: a evolução na linguística
Andre Cordeiro dos Santos
Falar de Ciência é suscitar uma gama de discussões que giram em torno do próprio status de Ciência, critérios para conferência desse status, a relação Ciência e progresso e etc. No que se refere especificamente à questão do progresso na Ciência, há diferentes acepções para este: uns defendem que o progresso se dá por acúmulo, parte-se do ponto no qual a Ciência se encontra e amplia-se o alcance da mesma, acumulando conhecimentos; outros defendem que o progresso se dá por saltos, revoluções, como o faz Thomas Kuhn (2013)1 em seu livro “A estrutura das revoluções científicas”.
Neste livro, Kuhn empreende uma tentativa de esboçar um conceito de Ciência bastante diverso do comumente corrente em manuais e no senso comum: Ciência como um meio dinâmico e mutável de explicação de fenômenos que evolui por saltos e não acúmulos. Para tanto, ele buscou evidenciar, a partir dos próprios registros históricos da Ciência, e diferentemente do que os manuais pregam, o caráter não linear do conhecimento científico, as crises de paradigmas e as revoluções. Kuhn mostra que os primeiros estágios de desenvolvimento da maioria das ciências são marcados pela contínua competição entre diferentes concepções de mundo. Dessa competição, sobressai-se a que conseguir explicar o maior número de fenômenos, consequentemente, terá mais adeptos e tentará, cada vez mais, forçar a natureza a seus esquemas. Nesse estágio, estabelece-se o que ele nomeia de período da “ciência normal”, período em que a fazer científico se resume a resolver quebra-cabeças internos da teoria. Após isso, Kuhn começa a abordar a natureza das revoluções científicas. Para ele, um paradigma (da ciência normal) ao se deparar com anomalias que não podem ser explicadas, é levado à crise e, diante da crise, pesquisadores buscam formular novas teorias, candidatas a paradigma, que deem conta de explicar as anomalias. Frente ao sucesso da