Ensinar na diversidade
Delia Lerner Conferência ministrada nas Primeiras Jornadas de Educação Intercultural da Província de Buenos Aires:
“Gênero, gerações e etnicidades nos mapas escolares contemporâneos”. Direção da Modalidade de Educação
Intercultural La Plata, 28 de junho de 2007.
1. Nós e os outros Nas primeiras linhas de seu livro sobre a conquista da América história exemplar que elegeu para trabalhar acerca do problema do outro , o grande linguista e historiador Tzvetan Todorov disse: “Quero falar do descobrimento que o eu faz do outro (...). Um pode descobrir aos outros em si mesmo; podemos tomar consciência de que não sumos uma substância homogênea e radicalmente distinta do que é em si mesmo: eu é o outro. Mas os outros também são eus: sujeitos como eu, que apenas meu ponto de vista separa e distingue verdadeiramente de mim, porque é a partir do meu ponto de vista que todos eles que estão ali e apenas eu estou aqui.” Uma anedota escolar me servirá para expressar melhor o que quero compartilhar com vocês neste primeiro ponto: no primeiro ano de nossa investigação sobre a alfabetização inicial, em uma das turmas de primeiro ano na qual trabalhávamos, havia um menino que perturbava muito o funcionamento do grupo: nos interrompia, se apoderava do microfone que usávamos para gravar as aulas e se punha a cantar em uma canção no gravador… Não havia forma de vinculálo com a aprendizagem. Um dia, antes de entrar à aula, lhe perguntei: “Domenico, você se deu conta de que não sou venezuelana? Sou argentina, venho de outro país. E você?
Pergunto poque me parece que você também fala de uma maneira diferente das outras crianças, assim como eu falo diferente…”. Ele me olhava atentamente, um pouco surpreso.
Contoume que