Ensaio do livro: "os sete saberes necessários à educação do futuro"

O livro tem como objetivo expor problemas centrais ou fundamentais que permanecem totalmente ignorados ou esquecidos e que são necessários para se ensinar na educação do futuro. Um desses problemas são as cegueiras do conhecimento, conhecidas como: o erro e a ilusão. A mesma educação que visa transmitir conhecimentos é cega quanto ao que é o conhecimento humano. O conhecimento não pode ser utilizado sem que sua natureza seja examinada. O conhecimento do conhecimento deve aparecer como necessidade primeira. Todo conhecimento traz consigo o risco do erro e da ilusão. O maior erro seria menosprezar o problema do erro; e a maior ilusão seria menosprezar o problema da ilusão. Não podemos ignorá-los, fingir que eles não existem. O problema se torna ainda maior, pois o erro e a ilusão não são reconhecidos como tais, em absoluto. Há sempre uma dificuldade em percebê-los, pois muitas vezes estão camuflados em nossos sentidos e em nosso modo de percepção de tal coisa. A educação deve mostrar que não há conhecimento que não esteja ameaçado pelo erro e pela ilusão. Toda forma de conhecimento pode estar equivocada quanto ao que se refere. O conhecimento não é um espelho das coisas ou do mundo externo. Todas as percepções são traduções e reconstruções cerebrais com base em estímulos ou sinais captados e codificados pelos nossos sentidos. Daí resultam os inúmeros erros de percepção; pois nossos sentimentos podem nos cegar. Poderíamos eliminar o risco do erro reprimindo e contendo toda afetividade, porém o desenvolvimento da inteligência é inseparável do mundo da afetividade; pois esta é a base da pesquisa filosófica ou científica, é nela que nasce a curiosidade, a paixão pelo conhecimento. A afetividade pode asfixiar o conhecimento, mas pode também fortalecê-lo. É necessário introduzir e desenvolver na educação o estudo das características cerebrais, mantais, culturais dos conhecimentos humanos que o conduzem ao erro ou