Ensaio critico: a cabana
1. O Grande Mergulho
De William P. Young, o livro A Cabana* (2007) conta a historia de Mackenzie Allen Phillips. Casado com Nan e com cinco filhos, Mackenzie, como diz o próprio autor, é “um sujeito bastante comum e certamente sem nada de especial, a não ser para os que o conhecem de verdade” (p.11). Contudo, sua vida muda drasticamente quando uma de suas filhas, Missy, é seqüestrada e morta violentamente em uma cabana durante um feriado fora de casa. A ausência da filha cria um vazio absurdo e para ele “os dias e semanas seguintes se tornaram um borrão” (p.89 e 90), destaca Young, borrão este que é chamado mais tarde de “A Grande Tristeza”.
Mackenzie tem outra reviravolta quando, em um dia nevoso, recebe um bilhete inesperado:
“Já faz um tempo. Senti sua falta. Estarei na cabana no fim de semana que vem, se você quiser me encontrar. Papai” (p.22).
Por um momento achou ser uma brincadeira, porem não podia negar que seu mundo parecia estar mais escuro. “Sentou-se e olhou o bilhete. Era confuso e doloroso tentar evitar a cacofonia de emoções perturbadoras e de imagens sombrias que nublava sua mente - um milhão de pensamentos viajando a um milhão de quilômetros por hora.” (p.32), descreve o autor. Receber o bilhete assinado por Papai, dizendo para encontrá-lo na cabana, causou a Mackenzie um profundo impacto. Em sua mente, pensou por horas o ocorrido:
“Será que Deus escreve bilhetes? E por que na cabana - o ícone de sua dor mais profunda? Certamente Deus teria lugares melhores onde se encontrar com ele. Um pensamento sombrio chegou a atravessar sua mente: o assassino o estaria provocando ou atraindo para longe com a intenção de deixar sua família desprotegida. Talvez fosse somente uma brincadeira cruel. Mas por que estava assinado "Papai"? Por mais irracional que parecesse, Mack não conseguia deixar de pensar que talvez o bilhete viesse mesmo de Deus. Quanto mais pensava, mais confuso e irritado ia ficando” (p.92 e 93).
Secretamente, “tirou o