Enron
10 trapaças para inflar o preço de ações
O emblemático caso Enron ilustra até que ponto uma companhia pode chegar para tapear seus acionistas em interesse próprio
João Sandrini, de
São Paulo – Falida há quase dez anos, a empresa de energia americana Enron acumulou bons e maus superlativos durante sua existência. Chegou a ser a sétima maior companhia dos Estados Unidos, com valor de mercado de 65 bilhões de dólares. Foi premiada diversas vezes como a companhia americana mais inovadora. E protagonizou a maior fraude corporativa da história dos EUA.
Escândalos como o da Enron estão mais para exceção do que para regra no mercado de capitais. O caso, na verdae, levou a uma completa revisão das leis que regem a atuação dos participantes do mercado americano. Os principais executivos da companhia tiveram punições exemplares: Ken Lay morreu antes de cumprir pena, mas Jeff Skilling foi condenado a 24 anos de prisão e permanece trancafiado até hoje.
Casos como do banco PanAmericano no Brasil e dos fundos de Bernard Madoff nos EUA comprovam, entretanto, que as brechas para novos escândalos no mercado nunca serão totalmente tapadas. A seguir, EXAME.com descreve as trapaças utilizadas pela Enron para enganar os próprios acionistas (as informações foram retiradas do documentário “Enron – Os Mais Espertos da Sala”). Para um investidor precavido, vale a pena conhecê-las. 1 - Artifícios contábeis
Essa é a peça-chave de todo o esquema fraudulento montado pela Enron. A empresa sempre apresentava lucros crescentes em seus balanços trimestrais, mas, na verdade, era dona de diversos ativos de energia e gás que só geravam prejuízos. Para disfarçar operações deficitárias, os controladores da Enron usaram e abusaram de uma técnica conhecida como “marcação a mercado”. Potenciais benefícios futuros de contratos fechados pela empresa no presente eram imediatamente lançados como lucro no balanço trimestral – ainda que fosse impossível de avaliar se