Enron
Avaliando a queda de uma gigante: o caso Enron
Dr. César Augusto Tibúrcio Silva Prof. do Programa de Mestrado em Contabilidade da UnB e-mail: tiburciosilva@aol.com César Medeiros Cupertino Mestrando em Ciências Contábeis pela UnB e-mail: cupertino@dpf.gov.br Paulo Rodolfo Ogliari Mestrando em Ciências Contábeis pela UnB e-mail: paulo.ogliari@df.previdenciasocial.gov.br
Palavras-chaves: agency theory, inside information, conflito de interesses.
Resumo A falência da Enron está sendo considerada como um dos acontecimentos recentes mais relevantes nos últimos anos na área financeira. O estudo dos fatos decorrentes dessa falência pode ser feito por diversas abordagens. Esse trabalho optou por centrar sua atenção em estudar o problema da agência no caso Enron. O texto inicia fazendo um breve marco teórico da agency theory. Posteriormente, apresenta um histórico do desempenho da empresa a partir, principalmente, dos seus demonstrativos contábeis e informações de mercado. A seguir são tecidas considerações sobre a crise Enron. A análise dos fatos permite inferir que o problema de agência foi decisivo para a falência dessa empresa, que poderia ter sido evitada caso existisse uma maior governança corporativa. Ficou evidenciado assim que os interesses dos administradores sobrepujaram os interesses dos investidores, credores e funcionários.
1. Marco Teórico A teoria da agência (agency theory) estuda a relação existente entre o principal e uma outra parte (agente), que está autorizado a agir, em nome desse principal. Para a teoria da agência a empresa é uma interseção de muitas relações contratuais entre administradores, governo, credores e funcionários. Como resultado, a teoria de agência lida com diversos custos de monitoramento entre os vários grupos (Wolk e Tearney, 1997). O problema dessa delegação de função é que o agente pode possuir objetivo divergente e até conflitante do principal (Jensen e Meckling, 1976). Para evitar esse conflito de interesses, o