Engenheira
1.1. Extração e beneficiamento da argila pelos barreirenses
O transporte até o local de extração de argila (Foto 1) é longo e trafegável apenas por canoa, devido aos estreitos caminhos, cuja viagem chega a uma duração mínima de 90 minutos até a chegada ao barreiro. A região é muito rica em argila variegada, ficando a cada barreirense da comunidade, uma responsabilidade de determinado lote, dividido entre eles. As poucas árvores de pequeno porte encontradas são muitas vezes retiradas para facilitar a extração de argila do local.
Foto 1. Chegada ao barreiro.
Todos os barreirenses utilizam o mesmo método de retirada (Foto 2), o qual com o auxílio de pás são tirados os corte em forma de blocos e uma trilha de serragem para bloquear o rápido crescimento das gramíneas e também evitar escorregamentos dos barreirenses ao longo do trajeto.
Foto 2. Retirada dos blocos de argila da cava.
Na volta, a canoa segue o mesmo sentido das marés, facilitando a força braçal dos barreirenses proporcionada pelos remos, no entanto devido à carga pesada dentro da canoa, as curvas tornam-se mais difíceis e demoradas, além dos alagamentos dentro da canoa, implicando em um maior tempo de viagem no retorno. O descarregamento acontece no mesmo ponto de partida, distante 340 m do local de beneficiamento, onde o transporte é realizado por carroça.
Foto 3. Descarregamento da argila.
No beneficiamento, a argila é compactada em um equipamento chamado Maromba, que retira as raízes dos blocos através da rotação de quatro espátulas em seu interior, com uma porcentagem considerável de água para produção.
Foto 4. Equipamento Maromba.
Os produtos dessa etapa são as raízes retiradas pela parte traseira da maromba e o bloco pela parte frontal do equipamento. O processo de “descanso” da argila para o consumo demanda um longo tempo para execução.
2. Confecção das peças pelos artesões
Nas olarias, o trabalho do oleiro vai desde o recebimento