Engenharia tecidual
PARTE III
1. Introdução:
A medicina regenerativa busca criar condições ideais para o reparo e a substituição de tecidos lesados, fornecendo os elementos celulares requeridos, os fatores de proliferação e de diferenciação celular, assim como as estruturas supramoleculares (arcabouços) que providenciam a organização espacial plenamente funcional de novos tecidos gerados. O conjunto dessas ações representa o campo de ação da engenharia de tecidos. As propriedades e funções únicas da cartilagem são fornecidas pela sua matriz extracelular, mantida por uma população de células conhecida como condrócitos. Devido à pequena concentração de condrócitos (2 - 5% em toda a cartilagem), bem como a sua natureza avascular e aneural, o tecido cartilaginoso demonstra pouca ou nenhuma capacidade intrínseca de reparo em resposta a injúrias ou doenças. As lesões traumáticas acometem as populações ainda jovens, tendo altíssimo custo social, devido à frequente geração de pessoas debilitadas ou permanentemente incapacitadas para uma vida normal e produtiva.
Na literatura, relata-se que os condrócitos necessitam de um arcabouço em três dimensões (3D) para crescerem e preservarem a morfologia e produção de componentes de matriz próprios de condrócitos quando em cultura celular. Caso contrário, quando cultivados em monocamadas, as células tendem a aderir ao fundo do recipiente de cultura, e passam por um processo de desdiferenciação, onde adquirem características morfológicas e passam a produzir componentes de matriz fibroblásticas como colágeno tipo I. Para se conseguir a produção de um tecido cartilaginoso funcional, é crucial evitar a desdiferenciação dos condrócitos durante o processo de engenharia de cartilagem.
2. Objetivo:
Observou-se aqui o cultivo de condrócitos provenientes da articulação do joelho de coelhos, com três a seis meses. Após removidos, esses condrócitos foram encapsulados em hidrogel de alginato e então