Engenharia civil
A formação de um modo de produção não é algo estanque, isolada de outros contextos produtivos. Existem períodos de transição em que o novo coexiste com o velho. Tal referência pode ser considerada primordial na dinâmica capitalista. Traços de uma nova forma de produção são identificados numa velha ordem que lentamente perde sua hegemonia como modo de produção dominante.
Na formação da sociedade econômica os objetivos relacionam-se à sustentabilidade e ao crescimento produtivo. Isso não quer dizer que tais objetivos sejam construídos de forma harmoniosa, ao contrário, inúmeras tensões surgem nas relações de classe e no conjunto da produção, distribuição e consumo.
Para entender a evolução da economia mundial do Século XV ao Século XX, é preciso retroagir no tempo, desde as origens do capitalismo. Além disso, é necessário entender o capitalismo da forma como concebeu Braudel (1982), que admitiu ser ele constituído por uma camada superior de uma estrutura em três patamares: a camada inferior, a mais ampla, de uma economia extremamente elementar e basicamente auto-suficiente, que denominou de vida material, a camada da não-economia, o solo em que o capitalismo crava suas raízes, mas na qual nunca consegue penetrar. Acima dessa camada, vem o campo da economia de mercado, com suas muitas comunicações horizontais entre os diferentes mercados em que há uma coordenação automática que liga a oferta, a demanda e os preços. Depois dessa camada e acima dela, vem a zona do antimercado onde circulam os grandes predadores e vigora a lei das selvas. Esse — hoje como no passado, antes e depois da revolução industrial. Como afirma Arrighi (1996), a questão principal não é identificar quando e como uma economia mundial de mercado ergueu-se acima das estruturas primordiais da vida cotidiana, mas quando e como o capitalismo ergueu-se acima das estruturas da economia mundial de mercado preexistente e, com o correr do tempo, adquiriu seu poder de moldar de