Engenharia Civil
Inicio de 1995. Auge do primeiro verão depois do plano local, que levou as praias paranaenses a maior população jamais registrada em sua história. Matinhos e Guaratuba, principais cidades balneárias do litoral do Paraná, distantes cerca de 120 quilômetros da Capital do estado, viviam dia de euforia. Embora decorridos menos de 20 dias de um trágico acidente no Teleférico da Cidade de Matinhos, onde morreram três pessoas. Guaratuba, situada a quatro quilômetros dali e separada apenas por um braço de mar, também seria palco de uma tragédia de proporções sem igual. Foi na fatídica manhã ensolarada do dia 28, um sábado, por volta de dez horas, que um prédio inteiro com sete pavimentos e dezesseis apartamentos residenciais desabou totalmente vitimando cerca de 30 de seus ocupantes, entre crianças, jovens e adultos, todos veranistas em férias, e que estavam nos apartamentos. A população, incrédula, assistiu o EDIFICIO ATLÂNTICO, um prédio residencial de classe media alta, recentemente concluído, ruir e se transformar em um grande amontoado de escombros. O cenário lembrou o terremoto de Kobe, no Japão, ocorrido a poucos dias antes, e os mais idosos se recordaram de setembro de 1968, entre os dias 22 e 23 quanto dezenas de construções e também parte da Avenida Coronel Afonso Botelho ruíram, na então “vila” de Guaratuba, solapados pela ação erosiva do mar.
2.0 O PRÉDIO
O Edifício Atlântico situava-se na esquina das ruas Gabriel de Lara e Santos Dumont, a cindo quadra do mar, e se constituía basicamente de um pavimento térreo com uma unidade residencial, áreas de uso comum, acessos, garagens e casa de zelador, e cinco pavimentos “tipo” sendo que as três unidades do sexto pavimento possuíam piso superior duplex, com direito a piscinas e terraço. O prédio em questão teve sai construção liberada pelo Alvará 148/90-A de 17/08/90, emitida pela Prefeitura Municipal de Guaratuba, e o Certificado de Conclusão de Obra foi requerida em 14/05/93. Todos os projetos