Enfermeiro hospitalar
A atuação da enfermagem, ao longo dos anos, esteve associada ao modelo de gestão tradicional e baseou-se em contradições geradas por uma estrutura severa, excessivamente especializada, com funções rotineiras e centradas no fazer sem uma reflexão crítica da sua prática propriamente dita.
O sistema de cuidados em saúde assegura-se como disposição relacional e caracteriza-se como unidade complexa que liga, transforma, mantém ou produz acontecimentos e componentes. Pensar no hospital enquanto unidade de um sistema de cuidados é apontar para a auto-organização desse sistema, considerando aspectos como a autonomia, a individualidade, as relações e as atitudes, considerados fundamentais para a atuação do enfermeiro nos diferentes espaços da saúde.
No sistema de cuidados o papel do enfermeiro está pautado em concepções da administração e da psicologia e em referenciais da sociologia e outros, por se compreender a sua prática como prática social a partir de um processo dinâmico que envolve uma rede de relações, interações, associações e significados. O trabalho em saúde atende, portanto, a dois aspectos básicos. O primeiro é o de preservar, respeitar e reconhecer a particularidade, a individualidade e a variabilidade das situações e necessidades dos usuários; o segundo, por sua vez, é o de estar em conformidade com determinadas regras, regulamentos e valores gerais, além de inserir/integrar, permanentemente, as atividades da equipe multiprofissional.
No contexto das práticas em saúde o enfermeiro desenvolve quatro atividades essenciais: o cuidado, a gerência, a educação e a pesquisa. Tais atividades são desenvolvidas de forma integrada e concomitante, contudo, ora são mais centradas em uma, ora em outra, ora em todas. Deste modo, as atividades do enfermeiro passam pelo entendimento da dinâmica do cuidar gerenciando, educando e ensinando. A enfermagem, definida como prática social historicamente construída para o cuidar, para o gerenciar e para o educar,