Enfermeira

Atualmente, o SUS passa por uma crise fundamental, caracterizada pela falta de sintonia entre a situação de saúde da população e a organização e estrutura do sistema de saúde. Para que possa haver maior entendimento a respeito da crise que o sistema enfrenta atualmente, é necessário conceituar as condições de saúde da população, analisando as fragilidades enfrentadas pelo sistema de saúde e avaliando a solução para essa crise a partir da implantação das Redes de Atenção à Saúde.
As condições de saúde podem ser definidas por circunstâncias de saúde, a forma como se apresentam e que respostas exigem dos sistemas de atenção à saúde para que seja realizado um ciclo completo de atendimento.
No conceito de saúde tradicional, existe uma divisão entre doenças transmissíveis e doenças crônicas não transmissíveis, excluindo outras condições não caracterizadas por doença, como gravidez e ciclos de vida. Atualmente, a Organização Mundial de Saúde adota uma nova categorização, dividida em condições agudas e crônicas, que exigem dos sistemas de saúde uma organização de forma reativa e episódica ou de forma proativa e contínua.
As condições agudas são caracterizadas por doenças transmissíveis ou infecciosas de curso curto ou causas externas, de fácil diagnóstico e com curto tratamento ou cirurgia. As condições crônicas iniciam e evoluem lentamente por múltiplas causas, indo além de doenças crônicas, por evolverem também condições de saúde que não são doença. Muitas condições agudas podem evoluir para condições agudas, bem como condições crônicas podem apresentar período de agudização.
Atualmente, a população brasileira passa por processo de envelhecimento, caracterizando uma transição demográfica, aumentando significativamente as condições crônicas relativas a essa população mais idosa que vem se tornando cada vez mais numerosa. A crise do sistema de saúde brasileiro se dá pelo fato de não estar em sintonia com a situação de saúde da população, estando voltada para condições