enfermagem
Demorou, mas finalmente o combate ao papiloma vírus humano (HPV) entrou na ordem do dia e está sendo estudada a adoção de medidas concretas nesse sentido pelo poder público. Como existe vacina contra essa doença, que causa a morte de milhares de homens e mulheres por ano, essas são providências que já deveriam ter sido tomadas. Há estudos que comprovam que de 50% a 80% das mulheres sexualmente ativas - e homens, numa porcentagem menor - são infectadas por um ou mais dos vários tipos de HPV. A maioria das infecções é combatida espontaneamente pelo organismo, mas uma parte razoável se transforma em tumor canceroso.
O que se espera agora é que o governo federal acelere as providências necessárias para a distribuição gratuita da vacina em todo o País. Se isso já tivesse sido feito, não se estaria agora às voltas com a suspeita de irregularidades na compra, pelo governo do Distrito Federal, de vacinas a preço três vezes superior ao do oferecido pela Organização Pan-Americana de Saúde, como mostrou reportagem do Estado. Certamente cansado de esperar pela ação do Ministério da Saúde - a exemplo do que estão tentando fazer também o Amazonas e o Rio de Janeiro -, ele resolveu se adiantar a ela.
"O HPV pode levar ao câncer de colo do útero. Uma morte inaceitável. Por isso, decidimos agir", afirma a gerente da Secretaria da Saúde do Distrito Federal que cuida do setor de oncologia, Cristina Scandiuzzi. Segundo ela, esse tipo de câncer é a quinta causa de morte de mulheres ali, com mais de 80 casos por ano.
Com a devida autorização dos pais, a secretaria espera fazer a vacinação de todas as adolescentes - tanto nas escolas públicas como privadas - entre 1.º e 25 de abril. Muitas vidas serão salvas, o que é o mais importante, mas mesmo assim é lamentável que esse resultado seja atingido a um preço tão alto. Cada dose da vacina - são necessárias três - custará R$ 75,50. Se fosse adquirida da Organização Pan-Americana de