ENFERMAGEM
(Rosa Maria Rodrigues, Maria Lúcia Zanetti)
Os enfermeiros docentes e assistenciais dizem que o ensino focaliza-se em conteúdos “ideais” que não encontram correspondência na prática assistencial.
Há uma exigência do cumprimento do saber técnico, de forma até rígida, durante a graduação e que, nem sempre é possível de ser seguido na vida profissional.
O ensino rígido de um saber técnico prende-se muito mais à exigência de manter-se o status da técnica e do conhecimento do que atender às necessidades concretas que o trabalho do enfermeiro exige. O elemento disciplinador, implícito na técnica, tem a finalidade de educar o enfermeiro para a aceitação das relações que irá enfrentar posteriormente.
Isso não quer dizer que deve-e abandonar as técnicas, pelo contrário, elas fazem parte do que é específico à prática da enfermagem e não é deixando de ensiná-las que vamos melhorar a formação do enfermeiro. Quer dizer, entretanto, a forma como são ensinadas e sua reprodução rígida, preparando o trabalhador-enfermeiro para que aceite as imposições que lhe serão feitas, posteriormente, no ambiente de trabalho.
Foi feita uma proposta contida no Parecer 314/94; foi uma tentativa que apontava a superação daquela distância, desconsiderada no momento com a proposta de diretrizes curriculares. A proposta atual de diretrizes curriculares é de elaboração da Comissão de Especialistas do Ensino em Enfermagem, buscando adequar-se à LDB 9394/96. Ela mostra-se como um retrocesso à fragmentação do ensino que tínhamos com o Parecer 163/72.
Nessa nova proposta fica clara a volta às criticadas habilitações e o que nos chama atenção, nessas habilitações, é a formação do pesquisador ou do habilitado em pesquisa.