enfermagem
HUMANIZASUS: POLÍTICA NACIONAL
DE
HUMANIZAÇÃO
Humanização como eixo norteador das práticas de atenção e gestão em todas esferas do SUS.
Marco Teórico-Político
Os inúmeros avanços no campo da saúde pública brasileira verificados especialmente ao longo das quase duas décadas convivem, de modo contraditório, com problemas de diversas ordens.
Se podemos, por um lado, apontar avanços na descentralização e regionalização da atenção e da gestão da saúde, com ampliação dos níveis de eqüidade, integralidade e universalidade, por outro, a fragmentação dos processos de trabalho esgarçam as relações entre os diferentes profissionais da saúde e entre estes e os usuários; o trabalho em equipe, assim como o preparo para lidar com a dimensão subjetiva nas práticas de atenção ficam fragilizados.
Portanto, para a construção de uma política de qualificação do
SUS, a humanização deve ser vista como uma das dimensões fundamentais, não podendo ser entendida como apenas um
programa a mais a ser aplicado aos diversos serviços de saúde, mas como uma política que opere transversalmente em toda a rede
SUS.
O risco de tomarmos a humanização como mais um programa seria o de aprofundar relações verticais em que são estabelecidas normativas que devem ser aplicadas e operacionalizadas, o que significa, grande parte das vezes, efetuação burocrática, descontextualizada e dispersiva, ações pautadas em índices a serem cumpridos e metas a serem alcançadas independentes de sua resolutividade e qualidade.
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Com isto, estamos nos referindo à necessidade de adotar a humanização como diretriz política transversal entendida como um conjunto de princípios e diretrizes que se traduzem em ações nas diversas práticas de saúde e esferas do sistema caracterizando uma construção coletiva.
A humanização como uma política transversal supõe necessariamente ultrapassar as fronteiras, muitas vezes rígidas, dos diferentes saberes/poderes que se ocupam da