Enfermagem diante da morte
Resumo: O objetivo deste trabalho foi conhecer as concepções de morte para técnicos de enfermagem que lidam com pacientes terminais em um hospital público da Grande Vitória.
Pretendeu-se apreender como esses profissionais lidavam com a morte e como isso interferia em suas vidas cotidianas e em suas rotinas de trabalho. Para atingir os objetivos propostos, realizaram-se observações participantes registradas em um diário de campo e entrevistas semiestruturadas que foram gravadas e transcritas na íntegra. Os dados foram submetidos à análise qualitativa que foi entendida como um processo de produção de sentido. Nessa análise, destacaram-se quatro grandes temas: a concepção de morte, o lidar/enfrentar a morte, os sentimentos ante o óbito e a interferência na vida cotidiana e no trabalho. Os dados indicaram que a concepção de morte mais encontrada no grupo pesquisado foi a de que a morte é um acontecimento normal que faz parte da rotina de trabalho, mas é um tema que deve ser evitado. Considera-se que isso acontece pelo fato de que pensar a morte e considerá-la em profundidade é algo doloroso para o homem, podendo trazer à tona lembranças de outras perdas. Para evitar o contato com a morte, o profissional se apropriava de uma rotina de trabalho acelerada.
(“Sofrimento psíquico de trabalhadores da saúde”, composto por dois subprojetos diferentes: 1. “A influência do cotidiano hospitalar como produtor de sofrimento psíquico em trabalhadores de enfermagem” e 2. “Representação de morte para profissionais da área de enfermagem”)
Introdução
A lógica de produção capitalista a que estamos submetidos determina aos trabalhadores, muitas vezes, a renúncia de questões singulares em detrimento de exigências de mercado, o que pode implicar agressões à vida e à sua saúde. O meio hospitalar igualmente exige de seus funcionários um posicionamento desconectado de suas vivências e de seus sentimentos. Segundo Angerami (1994), os