empresário
Aristóteles já fez uma distinção entre a economia, enquanto arte subordinada à Política na busca do bem-estar comum, e a crematística, entendida como aquele procedimento nos negócios que visa somente o lucro individual e imediato. Este último procedimento “queima” as condições indispensáveis ao bem-comum, ele é anti-social. Em contexto muito diverso, sob plena vigência da sociedade de mercado, Adela Cortina também afirma que ‘a economia não deve ser entendida como uma atividade desvinculada dos valores básicos de uma ética cívica.’ Ela cumpre um papel fundamental em qualquer sociedade, principalmente através das empresas, que constituem o principal pilar da atividade econômica moderna. Por isso que a pergunta sobre a moral se dirige mais diretamente a elas: será que as empresas podem adotar uma racionalidade moral em seus comportamentos, ou elas têm de se ater a uma dinâmica própria na qual a moral está suspensa. Na afirmativa a segunda assertiva, as empresas não teriam nada a ver com a realização de valores morais. De fato, é comum o entendimento corrente, tanto entre os empresários como entre o público em geral, de que "negócios são negócios". É a convicção de que para no mundo dos negócios e da gestão de empresas é preciso deixar de lado os valores morais, vigentes nas relações espontâneas do dia-a-dia, para poder concentrar-se na eficiência dos meios em vista de maiores lucros. Nesse caso, não há critério moral, uma vez que a eficiência dos meios é algo meramente técnico. Isso significa que nos negócios não há limites, a não ser os constantes nos contratos, desde que nenhum dos contratantes tenha suficiente poder para romper essa barreira. Talvez o limite para todos sejam as leis do mercado, o que nos coloca diante do problema da efetiva existência de tais leis e do poder que as ações de mercado podem ter sobre elas.
Contudo, essa mentalidade meramente instrumental vigente nos negócios ameaça continuamente a credibilidade das