Empreendorismo urbano
As novas formas de relacionamento entre poder público e setor privado destinadas ao aumento da competitividade do sistema urbano assemelham-se àquelas recentemente empreendidas em muitas cidades norte-americanas e européias que, segundo alguns autores, estariam conformados um modelo específico de gestão, denominado por Harvey (1996) de “empresariamento urbano”, por Ascher (1995a) de “gerenciamento público urbano”, por Le Galès (1995) de “governança urbana”, por Parkinson (1992) e Fainstein & Fainstein (1994) de “mercantilismo local” e, afinal, por Moura (1997) de “empreendedorismo competitivo”.
David Harvey (2005) aponta os anos setenta como ponto de inflexão da reestruturação da economia mundial, ainda que necessário considerar que esse processo é anterior à década citada, mas é a partir deste marco que o rebatimento da mudança do capitalismo se efetiva nas cidades. De acordo com o autor há uma relação direta entre as novas formas de produção e gestão nas cidades capitalistas, transição de um regime fordista-keynesiano para um regime de “acumulação flexível” e a mudança do paradigma do administrativismo para o empreendedorismo urbano. Pode-se aduzir a isso o papel decrescente do Estado-Nação de controlar os fluxos financeiros internacionais, assim como, na capacidade deste de repassar recursos financeiros para as municipalidades. Isto resultou na necessidade das cidades buscarem no mercado de capitais insumos para realizarem suas funções, assim passaram a competir entre si, buscando maximizar as suas potencialidades para se tornarem atrativas ao capital, adotando o empreendedorismo como modelo de gestão.
A cidade empreendedorista está inserida no processo de reestruturação capitalista, onde se identifica a ressignificação política do Estado-Nação, assim como das cidades, tendo estas o novo status dentro da emergente formação discursiva do desenvolvimento capitalista.
Atualmente a parceria público-privada é um instrumento utilizado em