Empreendedorismo
Um dos motivos que justifiquem as transformações da fotografia provocadas por inovações tecnológicas, em especial as advindas da eletrônica: automação e informatização da geração e do tratamento de imagens. O mundo tornou-se de certa forma 'familiar' após o advento da fotografia; o homem passou a ter um conhecimento mais preciso e amplo de outras realidades que lhe eram, até aquele momento, transmitidas unicamente pela tradição escrita. Com o tempo, passamos a receber e a enxergar esses novos tipos de imagem (digitalizadas) de forma mais natural e instintiva, visto que mesmo as consumindo cotidianamente, ainda não estávamos inteiramente conscientes das radicais mudanças que se processaram no seu interior, esquecendo-se até mesmo dos pálidos traços de um registro original que acabaram sendo modificados por inúmeros recursos informatizados. Renovaram-se tanto a visão de mundo como o próprio conceito de fotografia, hoje de base eletrônica. Nesse sentido, Carlos Fadon Vicente (1998:330) afirma que isso aconteceu devido à aceleração e integração de processos de comunicação, estando a primeira ligada a redução dos tempos de produção e os ganhos de produtividade, enquanto a segunda se refere as alterações em recursos técnicos, padrões de qualidade, métodos de trabalho e definição de funções. Nota-se que a conseqüência mais aparente e negativa da supremacia eletrônica é a perda do valor da foto como documento, como algo préexistente e indicador de verdade. Dessa forma atualmente qualquer imagem fotográfica pode ser alterada, tornando-se possível modificar a posição das coisas, retirar excessos, acrescentar faltas e corrigir erros. E foi devido a essas manipulações digitais que as fotografias perderam sua credibilidade. Segundo Carlos Fadon Vicente, há uma certa ilusão quanto à liberdade de criação no uso dos sistemas para a manipulação de fotografias. Mesmo que para nós, isso aconteça