Emissões de GEE na Indústria Siderúrgica
Gerais.
Isis Laponez da Silveira(1)
Em comparação com outros processos industriais, a siderurgia utiliza mais intensivamente o carbono, que atua simultaneamente como combustível e redutor na produção de ferro gusa em altos fornos.
Em ambas as funções, o resultado é a formação de grandes quantidades de CO2, quer como produto das reações de remoção do oxigênio dos óxidos de ferro (redução), quer como produto da combustão.
Embora importante, a produção de gusa não constitui a única fonte de emissão de Gases de
Efeito Estufa (GEE) na siderurgia: um dos veículos da adição de carbono nos altos fornos é o coque, um dos produtos da destilação de uma mistura de carvões minerais em altas temperaturas que implica na formação de grandes volumes de gases condensáveis e não condensáveis, dentre os quais o CO2; o CH4 (metano) e NMVOC (Compostos Orgânicos
Voláteis exceto metano).
Tanto os gases do alto forno (GAF) quanto os da coqueria (COQ) têm seu poder calorífico aproveitado nas diversas unidades de uma siderúrgica integrada, sendo queimados para fornecer calor aos fornos ou para a produção de vapor e geração de energia elétrica a partir das centrais termelétricas das usinas.
Como alternativa ao coque - de origem fóssil - há o carvão vegetal, um produto da queima controlada da biomassa (madeira) que, em comparação ao primeiro, possui uma resistência mecânica inferior, fato que limita a capacidade dos altos fornos, sendo os de menor porte aqueles que empregam o combustível e redutor de origem renovável.
Afora isto, o carvão vegetal possui características que o tornam mais atraente em relação ao coque, na siderurgia e na produção de ferro ligas: seu baixo teor de enxofre praticamente elimina a necessidade da dessulfuração do aço e sua resistividade elétrica superior confere à carga características mais adequadas para produção de ferro ligas em fornos elétricos de redução. Na tabela