Embriologia
Os gametas masculino e feminino de mamíferos originam-se de células germinativas primordiais, as quais tem sua origem extra-gonadal e extra-embrionária (Austin & Short, 1982; Knobil & Neill, 1988). As células primordiais são detectadas primeiramente no epitélio do endoderma dorsal do saco vitelínico, próximo ao alantóide em desenvolvimento. Subseqüentemente essas células migram por movimentos amebóides, ao longo do intestino primitivo posterior até encontrarem os mesonefros, onde as futuras gônodas irão se desenvolver. As células germinativas provavelmente encontram o local das futuras gônadas, ditas cristas genitais, por forças atrativas quimiotáticas. Uma vez que as células germinativas atingiram as cristas genitais em formação, elas passam a se chamar gônias (oogônias e pro-espermatogônias). No feto humano, na terceira semana pós-concepção, algumas centenas de células germinativas primordiais podem ser detectadas no inicio da migração e seu número atinge um máximo de 7 milhões no 5º mês. O enorme aumento no número de células germinativas ocorre por divisões mitóticas nos ovários e testículos em formação.
Embora o sexo do indivíduo seja determinado geneticamente, o desenvolvimento sexo-específico das células germinativas como espermatozóides ou oócitos depende de sinais indutores fornecidos pelo ambiente gonadal. Durante a embriogênese, as células germinativas em um ovário entram em meiose estando, portanto, comprometidas com a oogênese. Em contraste, as células germinativas em um ambiente testicular não entram em meiose até a puberdade. Como se dá o controle da decisão de quando entrar em meiose??? Achados recentes indicam que a substância chave, responsável por este processo é a molécula sinalizadora ácido retinóico (AR) (Bowles et al., 2007). Os ductos e túbulos mesonéfricos situados nas imediações das gônadas são a fonte do AR no sistema urogenital em desenvolvimento. A presença do AR induz a condensação dos cromossomos e a