embraer
Armando Dalla Costa*
Elson Rodrigo de Souza-Santos**
RESUMO – Nas últimas décadas o Brasil construiu de forma proposital e como política de
Estado a indústria aeroespacial tendo como líder a empresa mais importante, Embraer. Inicialmente, a indústria tinha como objetivo abastecer o setor de defesa brasileiro e proporcionar autonomia no ramo aeroespacial. Mesmo a Embraer na era pré-privatização tinha como foco e base de apoio para o desenvolvimento de produtos o abastecimento das Forças Armadas (FA’s) brasileiras e a exportação. Entretanto, com a crise da década de 1980 seguida da privatização ocorrida em 1994, a Embraer passa a focar nas exportações, especialmente no segmento de aviação regional e executiva, ambos em franco crescimento e com pouca competição. Apesar da sua área de defesa ter crescido, diversificado e sofisticado, perdeu importância relativa, mas ainda assim é fundamental para o desenvolvimento de tecnologia e para a saúde financeira.
Palavras-chave: Indústria aeroespacial. Embraer. Área de defesa.
1 INTRODUÇÃO
A Embraer cristaliza uma política de Estado com mais de meio século objetivando a construção da capacidade brasileira de desenvolver equipamentos aeroespaciais entendidos como envolvendo a área aeronáutica (fabricação de aeronaves, componentes e equipamentos), defesa (equipamentos de uso militar) e espacial (equipamentos e componentes usados no espaço). Segundo a Associação das Indústrias Aeroespaciais Brasileiras (AIAB, 2010) o Brasil tem atualmente a maior indústria aeroespacial do hemisfério sul, constituída não apenas por uma empresa, mas por um conjunto que permite ao país ser competitivo a nível internacional. A
Embraer nasceu em 1969 como estatal a fim de cristalizar a política de construção das capacidades aeroespaciais do núcleo de desenvolvimento capitalizado pela CTA (Centro Tecnológico da Aeronáutica) e ITA (Instituto Tecnológico da