Emancipação LatinoAmericana. A interiorização da metrópole
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O processo de emancipação política do Brasil se deu de forma diferente dos demais países de colonização espanhola por diversos motivos. Segundo Maria Odila, o processo de “independência” do Brasil não coincidiu com a consolidação de uma unidade nacional e muito menos foi marcada por um movimento nacionalista. Em síntese, diferentes dos demais países latinos, a emancipação brasileira não dependeu de uma ruptura de estruturas, mas de uma série de atos políticos que provocaram uma mudança lenta, que manteve as mesmas elites no poder. Segundo a autora, as contradições e conflitos sociais internos impediram o surgimento de uma consciência nacional e um desenvolvimento revolucionário. A separação política com a metrópole se deu muito mais por conflitos de interesses entre as classes agrárias, nativistas liberais e comerciantes portugueses. É o que Sérgio Buarque de Holanda chama de “guerra civil” entre portugueses, que é diferente de um processo autônomo de arregimentação dos nativos. A abertura dos portos fez com que a separação do reino e a evolução de colônia para Império fossem um ato consumado. Segundo a autora, a emancipação brasileira se diferencia dos demais países pois é fruto de um processos de enraizamento de interesses português e de interiorização da metrópole, o que não aconteceu no restante da América Latina. A vinda da corte para o Brasil teve papel fundamental neste processo de emancipação passiva. As pressões externas, principalmente por parte da Inglaterra, a invasão francesa e o temor das agitações jacobinas gerou tensões entre portugueses da velha Corte e da no Corte. A péssima situação econômica em Portugal não se diferenciava da Espanha, amas as soluções políticas encontradas por cada um dos países foi diferente. Impostos extraordinários foram cobrados sobre as províncias brasileiras, que não foram abolidos após o fim da invasão francesa. As tensões internas portuguesas culminaram na Revolução do Porto, consumou a separação política.