Em nome da razão
O filme mostra o Hospital Colônia de Barbacena em 1979, suas condições e dos que ali estão asilados. É um símbolo do abandono e falta de recursos além do clamor por uma reforma na sua infraestrutura, na sua direção, em suas políticas.
Podemos ver o contraste da miséria humana com o sofisticado projeto arquitetônico do manicômio, gritos e clamores que fazem parte do cotidiano junto a corpos nus e ultrajados de adultos e crianças.
Um filme onde os protagonistas são as vítimas
Analise critica
O hospital psiquiátrico tinha papel de deposito para alocar os improdutivos, todos que desviam o que é chamado normalidade. Seu objetivo não era a cura ou a recuperação, mas o controle.
Através do hospício a sociedade exclui os que não se adaptam ao sistema baseado na competição, isso mesmo não havendo diagnostico de doença mental, sejam eles esquizofrênicos, mendigos, homossexuais, drogaditos e qualquer outro incidente social.
As grades, os muros, os pátios amontoados configuram o estranho espaço do abandono. Solidão na loucura, sem origem e sem destino afinal muitos dos que ali estavam não tinham família, não tinham para onde ir ou voltar quando ao final do “tratamento”. Isolados, degradados física e mentalmente onde a única opção era esperar a morte.
A falta de contato com o mundo da razão fora dos muros e grades acabava com a dimensão temporal, sem noção de hora ou dia a não ser pelas necessidades fisiológicas que diziam quando a pessoa precisava comer, dormir, etc.
Essas pessoas eram tratadas com remédios e lobotomia e tinham seu self violado, devastado. Não havia lugar ali para que alguém tivesse consciência de quem era. Aqui a psiquiatria tinha o monopólio da loucura e o controle da irracionalidade.
O hospício vem como forma de demonstrar todo nosso poder de opressão por não suportarmos as diferenças que existem.
O filme deixa muito claro o descaso com essas pessoas, a necessidade urgente de uma reforma psiquiátrica e o grito de