Em nome da razão
Estou escrevendo essa este artigo me lembrando de fatos que presenciei, quando morava em uma cidade do Espírito Santo, Cariacica, onde também existia um Hospital Psiquiátrico com os mesmos moldes que o de Barbacena. Isso eu só viria a saber muitos anos depois.
A visão de quem via apenas de fora
Assistindo ao documentário, pude me lembrar das inúmeras vezes que vi homens e mulheres vestidos de branco, com cordas e camisas de força rondando pelo bairro onde eu morava, a procura de outros homens e mulheres também vestidos de roupas que já tinham sido brancas um dia. Ou simplesmente nús, pois as suas faculdades mentais não lhes cobravam nada além do que a inocência lhes oferecia.
Por muitas vezes, eu assisti a recaptura de internos que fugiam dos locais de tratamento. Eram consideradas pessoas perigosas à sociedade, apenas porque não compartilhavam as mesmas ideologias ou os dogmas de uma sociedade.
Muitos eram abandonados pelas famílias por desvios mentais comprovados. Eram homens e mulheres com algum tipo de retardo, claramente visto e que necessitavam de tratamento para conter suas crises convulsivas, que aconteciam com freqüência, ou mesmo raramente, mas que se transformavam em transtorno para as famílias.
Muitas dessas famílias nunca mais iam procurar esses familiares, abandonados ao que a vida pudesse oferecer naquele hospital.
Algumas dessas pessoas que lá ficaram internadas, não tinham, às vezes, qualquer problema de ordem mental, mas eram um estorvo para pais e irmãos, que cansados de tentarem resolver os problemas de excesso de ingestão de bebidas e drogas, e que eram às vezes agredidos por esses, achavam o caminho da internação num hospital psiquiátrico a saída para as crises familiares.
Essas pessoas, (e eu já conheci uns dois ou três assim), acabavam adquirindo algum tipo de trauma causado pela convivência com os verdadeiramente loucos, e por presenciar o tratamento inumano, dispensado aos