Elites agrárias, state-building e autoritarismo
A princípio, comenta quanto à existência uma abordagem literária frequente, no sentido de que o autoritarismo esteja arraigado à história de nosso país, e, portanto não se trate de algo “efêmero,transitório”. A autora cita a perspectiva normativa de Azevedo Amaral em que se identifica como um dos mais graves problemas seja a adoção de formas liberais (no sentido político do termo) incompatíveis com a nossa realidade . Citando Oliveira Viana, temos o discurso sobre “ uma cultura política brasileira”, a qual, de modo semelhante a outras nações latino-americanas, marcada por contínuo autoritarismo e seria um obstáculo crucial à democratização.
Outras interpretações vão no sentido de que esse autoritarismo parta da estrutura jurídico-política, herdeira da colonização, imutável e empecilho à prática liberal. Dois elementos chaves da falência do liberalismo, então, são apontados: a predominância da representação corporativa (do interesse de grupos e de seus interesses) e, segundo, a cooptação política (como instrumento de controle).
Escapando de reducionismos, generalizações perigosas e determinismos, vê-se o grau de importância que a autora dá às interações e mútuas influências entre eventos econômicos e sociais nos acontecimentos políticos. Em sua análise, sem negar os valores e a tradição, “concentra-se na atuação de classes sociais específicas, frente a condições econômicas particulares, e em interação com o centro político nacional” (Pág.334).
Em boa parte das nações emergentes, a dominação colonial tornou complexa a estrutura de classes e fez com que o setor agrário repartisse importância com outros atores sociais, sendo que o primeiro (dada a sua dinâmica interna na sociedade e sua interação com o centro político) viesse a ser algo crucial na formação do sistema político.
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