Elias
O livro O Garimpeiro, escrito por Bernardo Guimarães e publicado em 1872, conta a história de Lúcia, filha de uma família rica e poderosa de Bagagem, em Minas Gerais, e Elias, um cavaleiro vindo à cidade para participar de uma Cavalhada, um festival típico de desfile de cavalos e montaria.
Durante toda a história, nota-se a grande barreira crescente entre Elias e Lúcia, nascida principalmente pelas diferenças sociais.
Neste trabalho, focaremos exatamente no amor latente de Elias e as barreiras sociais que o impedem de concretizá-lo.
Análise
Como todo livro do Romantismo, Bernardo Guimarães inicia sua história descrevendo toda a cidade de Bagagem, contando sua história e introduzindo personagens.
“Tudo é belo e grandioso, é risonho e enlevador por aquelas imensas solidões.
Inúmeras manadas de gado e de éguas, mugindo e relinchando pelos vargedos de viço perenal, bandos de emas e siriemas vagando pelos camegais, alegram a solidão daqueles sertões abençoados.
De três em três , de quatro em quatro léguas lá alveja no fundo do valado, entre moitas de laranjais, coqueiros e bananeiras, a casa do abastado lavrador, que o viandante fatigado saúda sempre com indizível prazer, pois sabe que à sua porta o espera a mais franca e cordial hospitalidade.(GUIMARÃES, p. 1)”
Lúcia é apresentada como “um sol de formosura (…) airosa e bem feita”, a qual homens observavam com paixão e mulheres com inveja. Filha do Major, um rico fazendeiro e morador entre Bagagem e Patrocínio, estava sempre acompanhada pela escrava Joana. Há de se abrir um parênteses neste ponto, pois, assim como José de Alencar, Guimarães queria debater sobre a abolição e, como um abolicionista, dava aos escravos personagens importantes e de valor conselheiro e de inteligência.
Quanto ao protagonista, Elias, um moço vindo de Uberaba, carregando consigo somente um cachorro, sua espingarda e sua mala, era um pobre cavaleiro, que já conhecia a família e havia pedido a ela um cavalo. Joana e