Elias
Eu disse que na caverna é onde encontramos com o pior e o melhor de nós mesmos. Lá está o que eu tenho de pior para conhecer e o que eu tenho de melhor para aflorar depois de passar por ela. Elias estava ali com seu medo, com seu orgulho espiritual, com suas manias. O que fazemos na caverna de nós mesmos? A quem esperamos? Muitos passam pela caverna sem esperar encontrar-se com Deus. Passam, melhoram em muitos pontos. O humanismo consegue – principalmente através da psicologia – resolver muitos das cavernas humanas de nós mesmos. Mas esperar Deus na caverna que é a parte mais interessante, mais rica. Deus vai mais profundo, onde não podemos ir. Ele nos conhece nas maiores profundidades que temos, nos lugares mais profundos do nosso inconsciente, detrás das portas do nosso ser. Ele abre nossa cozinha, nossas dispensas e porões da nossa existência. Ficamos imersos nesta revelação que vem em nossa mente para podermos nos conhecer melhor.
Quando Deus disse para Elias: “Sai da caverna, pois vou passar”, Elias esperava que Deus fizesse um grande milagre nele através da manifestação de poder que ele, Elias, estava acostumado. Quando ele vê um vento tão forte que despedaçava as pedras, ele pensou: Deus vai me curar agora, este vento vai soprar meus temores para o inferno. Mas Deus não estava no vento. De repente, depois do vento, um terremoto. Um terremoto é significativo porque ele mexe com tudo em volta de uma região; é uma figura perfeita para quem esperava que Deus mexesse milagrosamente em seu interior. Elias não estava acostumado com esta profundidade de Deus em fazer milagres ainda maiores, mexer nas partes profundas do seu ser. Assim Deus não estava no terremoto para decepção de Elias. Depois veio um fogo. Ah! Fogo eu conheço! Pode ter pensado Elias. Deus havia se manifestado no monte Carmelo com fogo na frente do Rei Acabe e de seus falsos profetas e do povo de Israel. Agora Deus vem! O fogo de Deus trouxe unção a