eletrotcnico
O gênio ludibriado
Ele foi um dos maiores inventores de todos os tempos. O sérvo-croata Nikola Tesla, que emigrou para os Estados Unidos em 1884, registrou um vasto número de patentes, de modo semelhante ao que fez seu concorrente, Thomas Alva Edison. Mas nunca ganhou dinheiro com essas ideias. Tesla foi, muitas vezes, impedido de lucrar, e é por isso que está surgindo um novo culto à sua pessoa
Por Rainer Harf
Descargas elétricas espetaculares em uma bobina, provocadas por tensões de mais de 12 milhões de volts (V). Foi assim que Nikola Tesla testou, em 1899, se a eletricidade podia ser transmitida pelo ar, como as ondas de rádio. Mas o "mago da eletricidade" também tinha inclinação pelo espetáculo: ele aparentemente está sentado em meio aos raios fatais; essa imagem é obtida graças a uma dupla exposição fotográfica
Com um estalar de dedos, em uma noite de 1891, o sérvo-croata radicado nos Estados Unidos, Nikola Tesla, inaugura a exposição. Instantaneamente, uma bola de fogo rubra flameja em sua mão. Com cuidado, o homem, de estatura elevada, deixa as chamas percorrerem seu fraque branco, e depois os cabelos pretos que traz repartidos ao meio. Finalmente, para a grande surpresa do público, o mago, totalmente ileso, deposita o misterioso fogo em uma caixa de madeira.
"Agora, vou lhes produzir luz diurna", anuncia Tesla. Subitamente, a sala que serve de palco à apresentação, seu laboratório na South Fifth Avenue, em Nova York, se ilumina com uma estranha luz, muito clara. Em seguida, o inventor pula sobre uma plataforma acoplada a um capacitor de voltagem elétrica. Lentamente, ele gira o regulador para cima, até que seu corpo finalmente esteja exposto a uma voltagem de 2 milhões de V. Descargas elétricas crepitam ao redor do seu corpo. Raios e chamas despontam de suas mãos. Quando Tesla desliga a voltagem, muitos se lembram mais tarde, ele continua cercado por um brilho azulado.
O "mago da eletricidade" adora enfeitiçar a alta