eixo hipotalamo
TEMA: EIXO HIPOTÁLAMO-HIPOFISÁRIO E SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO
Paciente B.F., sexo feminino, 41 anos, branca, dona de casa, residente em Pelotas, procurou inicialmente o Serviço de Neurologia da UFPel, sendo atendida em dezembro de 2001. Apontou como queixa principal a cefaléia, de ocorrência há cerca de 10 anos. Descreveu a dor como sendo holocraniana - e por vezes hemicraniana - semelhante a estar carregando um peso sobre a cabeça, impedindo, muitas vezes, o descanso noturno. Entretanto, a dor ocorria mais freqüentemente pela manhã, ao acordar. Quando indagada sobre outras alterações, referiu formigamento e esfriamento nas mãos, com piora nos meses frios de inverno. Além disso, a paciente relatou, curiosamente, que o número de seus sapatos vinha aumentando nos últimos anos. Suas mãos avolumavam-se de tal maneira que os anéis começaram a trancar nas articulações falangeanas. A paciente e os familiares observaram também alargamento de sua base nasal. Como queixa oftalmológica, referia dor em ambos os olhos e periorbitária. A paciente queixava-se de diminuição da acuidade visual no olho esquerdo (OE) há aproximadamente um ano. Os exames laboratoriais revelaram: LH 1,7 mUI/mL; FSH 4,0 mUI/mL; TSH 1,73 mUI/mL, GH 50 μg/mL e prolactina: 96,3 mg/mL; hemograma normal. A TC de hipófise evidenciou lesão expansiva intra-selar, com extensão para a região supra-selar, hiperdensa após contraste venoso, medindo cerca de 3,0 x 2,3 cm, juntamente com destruição óssea nos clinóides anteriores e dorso selar. O assoalho da sela túrca e o seio esfenoidal encontravam-se preservados. A RM demonstrou processo expansivo selar e supra-selar, estendendo-se ao seio esfenoidal e, superiormente, ao quiasma óptico, comprimindo-o, e alcançando o III ventrículo, desviando-se superior e posteriormente. Frente ao diagnóstico de tumor de hipófise, a paciente foi submetida à ressecção cirúrgica trans-esfenoidal em junho de 2002, sem intercorrências e com pós-operatório normal. O