EI, ZUMBI ME FAZ REENCONTRAR COM SUA NEGRITUDE EM MIM!
Mário Moura1
A população negra em nosso país tem como referência principal A LUTA DO
QUILOMBO DOS PALMARES pela construção de uma sociedade alicerçada na ética, na justiça, na liberdade, uma sociedade mais humana. Desde o início de nossa história os negros são tratados com inferioridade, sem direitos e relegados a uma vida indigna e desumana. Ainda hoje, os povos negros têm dificuldade em mostrar o seu valor, de serem sujeitos históricos de suas realidades na arte, na cultura, na mídia, na política... na sociedade. Apesar da discriminação, da exclusão – indiferença – existem expressões fortes da cultura afro, que resistem e persistem, no seio das manifestações sociais do Brasil.
SOU NEGRO, SOU LINDO, SOU CIDADÃO.
“Ei, Zumbi, Zumbi Ganga meu rei, você não morreu, você está em mim!”. Este canto de esperança é um grito, um clamor a Zumbi dos Palmares, herói não apenas dos negros, mas de todo o povo brasileiro. E por quê? A LIBERDADE é o grito do
Quilombo dos Palmares, é a autenticidade da luta negra, dos negros escravos da senzala... IGUALDADE é o brado forte dos tambores, atabaques e batuques, cantada e esperançada no sangue derramado, na ternura e resistência pela humanidade negra.
Zumbi e todos que se inquietaram e se inquietam; não se calaram, não se calam; não se omitiram, não se omitem; que acreditaram e acreditam; que doaram e doam suas vidas, na luta pela liberdade e igualdade são os atores que fazem a gente, o
Brasil a se reencontrar com a nossa identidade negra.
O Brasil ainda está longe de assegurar direitos iguais a todos os seus cidadãos. A idéia que vivemos em um país livre do racismo, a chamada “democracia racial” tão defendida por Gilberto Freyre não existe. Segundo o sociólogo e antropólogo brasileiro a miscigenação entre brancos, negros e índios fora a maneira encontrada
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Mário Moura é Pedagogo com Especialização em Educação Especial, Coordenador Pedagógico do