Efeitos sociologicos
Introdução
No Brasil, a utilização de metodologias quantitativas em pesquisas com temas vinculados à educação cresceu bastante desde meados dos anos 90. Isso vem ocorrendo devido à necessidade de se analisar os resultados educacionais do país, uma vez tendo sido alcançada, finalmente, a universalização do ensino fundamental, além do crescimento dos níveis médio e superior. Os levantamentos em larga escala para avaliação dos sistemas de ensino realizados pelos governos federal, estaduais e municipais – apesar de possuírem algumas limitações quanto ao desenho metodológico, conforme discutido por Franco (2001) – constituem fontes de dados empíricos para inúmeros trabalhos de pesquisas.1 Esses estudos vêm contribuindo para ampliar a compreensão sobre as desigualdades educacionais brasileiras e suas conseqüências em termos de estratificação social dentro do processo de expansão generalizada do ensino (Barbosa & Fernandes, 2001; Soares et al., 2001; Soares, 2005; Soares & Alves, 2003), que são temas centrais na Sociologia da Educação em escala mundial (Karabel & Halsey, 1977; Halsey et al., 1998).
Apesar do crescente interesse público por esses estudos e do aumento da literatura especializada, o uso de metodologias quantitativas nas pesquisas sociológicas sobre temas educacionais continua restrito a poucos grupos no Brasil. De uma forma geral, desde a criação das faculdades de educação como uma área específica das Ciências Sociais, no final dos anos 60, as pesquisas nesse campo privilegiam as abordagens microssociais, sendo ainda incipiente a utilização de dados secundários obtidos em levantamentos censitários, demográficos e educacionais ou a produção de dados em maior escala nas pesquisas desenvolvidas nessa área (Costa & Silva, 2003). As exceções são os grupos multidisciplinares voltados para a temática da avaliação educacional, formados na última