Efeitos facilitadores do conteúdo na tarefa de selecção de cartões de Wason Esquemas de Inferência Pragmática vs Memórias Análogas
5582 palavras
23 páginas
Efeitos facilitadores do conteúdo na tarefa de selecção de cartões de WasonEsquemas de Inferência Pragmática vs Memórias Análogas
Resumo
Na presente investigação pretendemos confrontar duas hipóteses alternativas para a explicação dos efeitos facilitadores do conteúdo na tarefa de selecção de cartões de Wason: (i) esquema de inferência pragmática relevante para a resolução da tarefa (esquema da permissão); (ii) existência de memórias análogas à do cenário descrito na formulação da tarefa, sendo a selecção das cartas críticas orientada por analogias com episódios em que uma contingência semelhante à regra a verificar não foi respeitada, tendo essa violação acarretado consequências negativas para o transgressor.
Para testar estas hipóteses foram distribuídos aleatoriamente 64 sujeitos de ambos os sexos, com idades entre os 18 e os 30, por duas condições experimentais e uma de controlo em que eram apresentados três cartões da tarefa de selecção de Wason: um cartão padrão da tarefa de selecção de Wason (controlo, tarefa C), outro que apresentava a activação de memórias análogas (tarefa A) e o terceiro um conteúdo activador de esquema pragmático, nomeadamente um esquema de permissão (tarefa B). Aplicámos o teste de McNemar, que permitiu concluir que nenhuma das hipóteses foi corroborada, pois não se verificaram diferenças significativas.
O pensamento é um tema que provoca interesse de estudo já desde a Antiguidade Clássica. Ao longo dos tempos, uma conclusão aceite foi a de que o pensamento, quando pretende resolver problemas, utiliza o processo de raciocínio; este, por sua vez, subdivide-se em dois tipos: dedutivo e indutivo.
O raciocínio indutivo parte de observações particulares para uma conclusão geral. Todavia, ao contrário da dedução, este tipo de raciocínio não garante a validade da conclusão. Relativamente ao raciocínio dedutivo, os psicólogos já se debruçam sobre o seu estudo há aproximadamente 80 anos (Laird, 1991). O raciocínio dedutivo, de