Efeitos da crise de 29 no brasil

Efeitos da crise de 29 no Brasil A crise econômica mundial de 1929 atingiu primeiramente os países produtores e exportadores de matérias-primas, com a situação se agravando entre 1930 e 1931. Todas as partes da cadeia de produção do café brasileiro – desde fazendeiros, comerciantes, banqueiros até trabalhadores rurais (a maior parte imigrantes) – foram atingidos pela crise. Muitos produtores foram à falência. O desemprego no campo cresceu, estimulando um movimento migratório para as cidades, em especial para São Paulo. Como se veria depois, o que acontecia naquele momento era apenas o início de um profundo processo de mudanças que se prolongaria até o fim dos anos 30, às vésperas da Segunda Guerra Mundial. Essas transformações marcariam para sempre a economia nacional e internacional. Naquele período o Brasil passou por um crítico problema cambial. De acordo com o historiador Caio Prado Júnior (1907-1990), autor de História Econômica do Brasil, a queda nas exportações, provocada pela crise, gerou um descontrole na balança comercial brasileira. Como não possuía uma indústria sólida, o Brasil exportava apenas café e outros produtos agrícolas, como algodão, cacau e borracha. Não sendo produtos essenciais para o consumidor – consequentemente poderiam ter seu consumo interrompido a qualquer momento -, dizia-se que o país tinha uma “economia de sobremesa”. A moeda forte obtida com essas exportações funcionava para pagar as importações de grande parte dos produtos industrializados comprados pelos brasileiros. O aprofundamento da crise, porém, provocou a diminuição da demanda externa e a redução dos preços internacionais do café. Consequentemente, o déficit comercial do país cresceu rapidamente. A crise também ocasionou a interrupção do fluxo de capital estrangeiro para o nosso país. O dinheiro externo alimentava a economia brasileira desde os tempos do Império, e seu ingresso aumentou entre a Proclamação da República, em 1889, e a posse de Vargas, em 1930. A