educação física e aprendizagem social
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CAPÍTULO II
Educação Física: a busca da legitimação pedagógica
2.1
Introdução
Este ensaio pretende ser um prolongamento de outro publicado ante riormente e que leva o título “Educação Física: a busca da autonomia peda gógica” (BRACHT, 1989). Ambos circunscrevem-se no âmbito do esforço que faz o autor para desenvolver elementos para uma teoria (crítica) da Edu cação Física.
Naquele texto procurei demonstrar que aquela prática pedagógica chamada de Educação Física, e que tem como característica diferenciadora a tematização do movimento corporal, manteve e mantém uma relação his tórica com instituições como a militar e a esportiva, que pode ser caracteri zada como de subordinação e que, portanto, não logrou desenvolver sua autonomia, vale dizer, reger-se por princípios e códigos próprios.
Embora considere que várias questões (1) importantes - para o de senvolvimento de um corpo teórico que fundamente a prática pedagógica em Educação Física - estejam sendo discutidas em diferentes fóruns, como simpósios e congressos, entendo que uma tem estado, estranhamente, au-
1
h
Por exemplo: O que é Educação Física? É comum ouvir-se, (nós nem sabemos o que é Educação Física)!, o que é interpretado como sinal de uma “crise de identi dade”. A Educação Física seria uma (nova) ciência? ou, formulado de outra for ma: a Educação Física deveria assumir o estatuto de ciência? Tem sido denuncia do (se é que isto ainda pode ser considerado uma denúncia?!), que a função social da Educação Física, assim como da Educação como um todo, e a de reprodu zir o nosso sistema societal, portanto, de reproduzir também, entre outras coisas, a injustiça social, etc.
Educação Física e Aprendizagem Social
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sente (para não dizer que tem sido evitada). Refiro-me à questão da legiti midade da Educação Física na Escola, ou seja, a razão de ser da Educação
Física no currículo escolar (2).