Educação de surdos e fracaso escolar
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A presente discussão tem como objetivo
Educação de surdos e fracasso escolar sistematizar idéias e refletir sobre a temática "fracasso escolar" num âmbito geral de educação, apresentando algumas conceptualizações históricas, culminando com o fracasso escolar relacionado à educação de pessoas surdas, na atualidade. Para tanto, foram analisadas respostas de um questionário, aplicado a um grupo de professores que atuam numa escola para surdos, com o intuito de compreender o que estes pensam sobre educação de surdos. Pois há uma grande necessidade de aprofundar o conhecimento desta temática no que se refere à surdez e, sem dúvida, estas discussões apresentaram-se (e ainda apresentam-se) intimamente ligadas às questões sobre o fracasso e os problemas do ensino regular que explicam esse fracasso.
1. DISCUSSÃO TEÓRICA
No sentido de proporcionar uma melhor compreensão sobre o assunto, faz-se necessário traçar alguns marcos históricos, na tentativa de interpretar a situação que permeia, atualmente o cotidiano dos alunos surdos.
1.1 Um breve histórico dos problemas de aprendizagem
Durante o século XVIII e XIX (SCOZ, 1996), havia uma grande preocupação com a relação binária normal-anormal. As crianças que não acompanhavam um "ritmo" estabelecido pelo grupo de pares eram rotuladas e estigmatizadas de incapazes.
Acompanhando essa tendência, os psicólogos passaram a ter um papel crucial no grupo educacional, através do uso de instrumentos avaliativos. O problema da criança geralmente ficava associado ao ambiente familiar (alcoolismo do pai, divórcio, etc).
Na década de 60, a medicalização do fracasso escolar tomou espaço dentro do discurso pedagógico, através da Neurologia, atribuindo à Síndrome de Disfunção Cerebral Mínima (DCM) a responsabilidade das dificuldades apresentadas pelo aluno. Cypel (1986) apud SCOZ (1996, p.24) afirmou que 40% das crianças atendidas em consultórios eram assim