Educação Alimentar de Pacientes Renais
Resumo
A doença renal crônica (DRC) constitui, atualmente, um problema de saúde pública. Trata-se da perda lenta, progressiva e irreversível das funções renais. Essa perda, por ser lenta e progressiva, resulta em processos adaptativos que, por certo tempo, mantém o paciente assintomático. No entanto, quando os rins não conseguem mais remover adequadamente os produtos da degradação metabólica, o tratamento dialítico deve ser iniciado. (5) A insuficiência renal crônica – IRC consiste na perda progressiva e irreversível da função (glomerular, tubular e endócrina) de tal forma que em suas fases mais avançadas os rins não conseguem mais manter a normalidade do meio interno do paciente. Torna-se necessário o uso de terapêuticas substitutivas da função renal, como a diálise peritoneal automatizada, diálise peritoneal intermitente, hemodiálise e transplante renal, aliviando os sintomas da doença e preservando sua vida, porém sem caráter curativo. (1)
A hemodiálise (HD) é o tratamento dialítico mais utilizado na atualidade. O censo da Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN) realizado no ano de 2009 registrou prevalência de 405 pacientes por milhão de habitantes, sendo a HD a modalidade predominante (86,6%). Apesar dos benefícios da HD, as condições impostas pela doença e pelo próprio tratamento dialítico resultam em uma série de alterações orgânicas, com complicações agudas e crônicas, e nutricionais. Além disso, o tratamento associa-se a altas taxas de hospitalização e mortalidade aumentada. Os indivíduos submetidos a diálise apresentam significante prevalência de desnutrição,que pode variar de leve a moderada e grave. A causa da desnutrição é multifatorial e inclui ingestão alimentar deficiente, distúrbios hormonais e gastrointestinais, restrições dietéticas, uso de medicamentos que podem influenciar na absorção de nutrientes, diálise insuficiente e presença constante de enfermidades associadas. Além disso, a uremia, a